O Seturn, sindicato que representa as empresas de ônibus de Natal, pediu nesta quinta-feira (23) à Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (STTU) que calcule uma nova tarifa para o transporte público da cidade já prevendo um reajuste salarial exigido por motoristas e cobradores.
Segundo Augusto Maranhão Valle, consultor técnico do Seturn, motoristas e cobradores estão pedindo 10% de aumento salarial – o que, se for acatado pelas empresas, vai impactar nos custos da operação. O pedido do Seturn é que a STTU avalie qual seria o impacto desse reajuste para a tarifa do transporte e os custos do sistema.
Em novembro do ano passado, a tarifa do transporte público de Natal subiu de R$ 3,90 para R$ 4,50, valor que é pago atualmente pelos passageiros. Foi o primeiro reajuste desde 2019. Porém, segundo a STTU, o valor real da tarifa (a chamada tarifa técnica) é de R$ 4,95. Há um acordo para que essa diferença de R$ 0,45 por passageiro seja concedida às empresas através de abatimento em dívidas.
O consultor técnico do Seturn alega que, com o provável novo reajuste para os motoristas, haverá aumento da tarifa técnica. Caberá à STTU definir se o aumento será repassado aos usuários.
“Esse cálculo (do impacto) ainda não foi feito porque a gente não sabe como vai ser a negociação com os motoristas. A gente primeiro vem comunicar aqui. É um diálogo colaborativo. Essa resposta de quanto será o subsídio é a STTU que faz. A gente não sabe quanto será o cálculo. Em termos de mobilidade urbana, a gente defende que a tarifa seja a mais barata possível”, afirmou Augusto Maranhão Valle em entrevista à TV Tropical.
Sem previsão de reajuste
A secretária municipal de Mobilidade Urbana, Daliana Bandeira, afirma que, por enquanto, não há previsão de reajuste na tarifa. Ela disse que o cálculo tarifário será feito e que, só depois das conclusões, será tomada uma decisão. A secretária enfatizou que o aumento não necessariamente será repassado ao usuário.
“O que o Seturn veio nos colocar é um pedido do cálculo tarifário, ver quanto está a tarifa do transporte público em maio. Até porque provavelmente vai ter reajuste de salários, e isso entra no cálculo tarifário, é um dos custos do transporte. Não quer dizer que, caso haja diferença, será repassado”, afirmou a secretária, também à TV Tropical.