O ministro da Saúde, Nelson Teich, afirmou na noite de ontem, em visita a Manaus, que os primeiros resultados das pesquisas brasileiras sobre o uso da hidroxicloroquina contra a covid-19 sairão na próxima semana. Para ele, diante da sobrecarga dos sistemas de saúde, a descoberta de um medicamento eficaz no tratamento é fundamental para mudar o rumo da doença. “Semana que vem a gente já vai ter um dado preliminar, talvez já até uma conclusão. Temos um pool de quase 100 hospitais que estão trabalhando nesse programa de pesquisa. Então a gente deve ter um dado ainda preliminar, mas que pode ter uma informação melhor sobre a eficácia de medicamentos”, explica.
Além da pesquisa local, Teich diz que o Brasil participa de programas mundiais com outros medicamentos. “De verdade, o que melhor poderia acontecer para gente seria surgir um remédio que funcionasse. Isso mudaria a história que a gente vive”, diz. Para não ficar para trás caso algum laboratório obtenha bons resultados em testes de medicamentos ou vacina, o ministro contou que o governo tem tentado se antecipar nas negociações com os pesquisadores. “A gente tem que antecipar e contatar essas indústrias para ter um pedaço disso quando surgir. Senão a gente fica à reboque de países mais ricos”, lembra.
Outro anúncio feito em Manaus foi da testagem em massa da população, que começa esta semana. “É um programa que vai testar uma parte da população, vai priorizar alguns grupos, como profissionais de saúde, de segurança. Para isso vai ter uma metodologia, o IBGE é quem vai definir isso. A gente tem hoje o número de 20, 21 milhões de testes. Começa essa semana, acredito que possa ajudar”, explica. Em Manaus, o ministro vai visitar hoje hospitais na capital amazonense, que tem enfrentado colapso nos sistemas de saúde e funerário. O estado tinha até ontem 6.683 casos confirmados do novo coronavírus com 548 mortes, segundo dados do Ministério da Saúde.
Teich disse que a partir de agora o país está agindo com estratégias diferentes para as regiões mais ou menos afetadas pela covid-19. “A gente hoje mapeia o Brasil inteiro de forma detalhada, e a gente já consegue atuar onde possivelmente a doença vai crescer rápido e sobrecarregar o sistema. E a gente vai intervir precocemente para evitar que danos maiores aconteçam”, afirma.
Fonte: UOL