
A Ucrânia afirmou nessa segunda-feira (28) ter expulsado as forças russas de várias cidades do nordeste do país e dos arredores de Kiev. No sul, no entanto, a Rússia avançou rapidamente para tomar Mariupol, cujo controle ucraniano parece estar por um fio. A violência dos combates faz com que uma solução diplomática para a guerra pareça cada dia mais distante.
Autoridades da Ucrânia garantiram que a contraofensiva retomou ainda mais terreno. Oleksandr Markushin, prefeito de Irpin, palco das batalhas mais violentas, no norte de Kiev, disse que a maioria das tropas russas havia recuado, embora os combates continuassem em alguns bairros da cidade. Analistas afirmam que Irpin é fundamental para o controle da capital.
Dmitro Zhivitski, chefe da administração militar regional de Sumy, informou que as tropas ucranianas também retomaram ontem o controle de Trostianets e Boromlia, no nordeste do país – informação confirmada pelo Pentágono. Segundo Zhivitski, os russos foram expulsos com a ajuda da população local.
A conquista das duas cidades significa que a Ucrânia já estaria a 48 quilômetros de Sumy, cidade de 260 mil habitantes, capital da província de mesmo nome, que está sitiada pelos russos há vários dias. Os militares ucranianos também anunciaram que suas forças assumiram o controle de duas cidades próximas à cidade de Kharkiv, a segunda maior do país, uma das mais castigadas pela artilharia da Rússia.
Reforços
A Rússia, no entanto, vem obtendo mais sucessos no sul da Ucrânia. O controle de Mariupol estaria por um fio. “Os russos ganharam mais terreno nas proximidades de Mariupol”, disse o Ministério da Defesa do Reino Unido. Ontem, o prefeito da cidade, Vadim Boichenko, disse que 160 mil pessoas estão presas no cerco russo. “A Rússia está brincando conosco. Estamos nas mãos dos invasores”, disse. “Estamos além da catástrofe humanitária. Precisamos esvaziar completamente Mariupol.”
De acordo com Boichenko, quase 5 mil pessoas, incluindo 210 crianças, foram mortas na cidade. Mais de 90% dos prédios foram danificados e 40%, destruídos, incluindo hospitais, escolas, creches e fábricas. Se a cidade cair, os russos poderão conectar por terra a Crimeia, anexada por Moscou em 2014, com as regiões separatistas de Donbas, o que seria uma importante passagem de suprimentos e liberaria soldados para participar da guerra em outras partes da Ucrânia.
Fonte: Tribuna do Norte