O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse que o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, sofre perseguição política, após a divulgação dos relatórios da Polícia Federal na íntegra. Flávio ainda afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes descumpre leis e que será necessária uma anistia geral, inclusive para o magistrado. Ele fez um discurso em plenário do Senado nesta terça-feira (26).
-Essa perseguição contra Bolsonaro e contra a direita não começou em 2022, em 2023 ou em 2024. Começou muito antes, mas, para ser breve aqui, o único caminho para alguma normalidade e para algum reequilíbrio entre os Poderes é uma anistia, que tem que ser ampla, geral e irrestrita. — disse o parlamentar. — Estou cada vez mais convicto disso, que inclua, inclusive, o ministro Alexandre de Moraes, porque ele já deu vários exemplos de descumprir a lei do impeachment, no seu art. 39, inciso II, que fala muito claramente. Eu vou ler aqui, para não falar errado: “proferir julgamento, quando, por lei, seja suspeito na causa”.
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Flávio completou:
— O que começa errado não tem como terminar certo. Nunca vi ninguém que faz o que Alexandre de Moraes está fazendo no mundo que, em determinado tempo, não vá sofrer as consequências pelas ilegalidades, arbitrariedades e abusos que cometeu.
O relatório de 884 páginas da Polícia Federal adicionou novas provas ao inquérito da suposta tentativa de golpe de Estado relatado pelo ministro Alexandre de Moraes. Foram indiciados pela PF o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas.
Uma das provas é uma agenda encontrada na casa do general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Bolsonaro, contendo “diretrizes” sobre como “disseminar ataques ao sistema eleitoral”. Em uma agenda azul, com uma logomarca de um banco público, Heleno alerta para a necessidade de “estabelecer um discurso sobre urnas eletrônicas e votações”. E pontua: “É válido continuar a criticar a urna eletrônica”.
A PF identificou ainda um plano golpista, chamado de “Operação 142”, na mesa de um assessor do general Braga Netto — ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo Bolsonaro — na sede do PL. Segundo as investigações, o documento mostra que Braga Netto e seu entorno “tinham clara intenção golpista, com o objetivo de subverter o Estado Democrático de Direito”.
Fonte: O Globo