A atual vice-prefeita Kátia Pires, pré-candidata do União Brasil à Prefeitura de Parnamirim, descartou nesta quinta-feira (2) qualquer possibilidade de composição com Salatiel de Souza (PL). Em entrevista à 98 FM, Kátia se disse “anticorrupção” e declarou que apoiar Salatiel iria contra seus princípios.
“Fica difícil a gente ir para um projeto que vai de encontro àquilo que Parnamirim mais preserva, que é anticorrupção. Parnamirim deu vitória a Jair Bolsonaro nos dois turnos com um discurso da não corrupção. Eu e o prefeito Taveira, na campanha, o discurso principal dos nossos encontros com os eleitores era a não corrupção. Eu não posso mudar meu discurso”, declarou Kátia.
Ex-vereador de Natal, Salatiel tem sido alvo dos adversários por ter sido condenado pela Justiça por corrupção, na esteira das investigações da Operação Impacto, que apurou um esquema na Câmara Municipal de Natal durante a votação do Plano Diretor em 2007. Uma decisão de março deste ano do ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), reconheceu que Salatiel cumpriu a pena está apto a voltar a disputar eleições.
Durante a entrevista à 98 FM, Kátia Pires sugeriu também que Salatiel é um “forasteiro”.
“Tem que ter serviço prestado. A gente tem o exemplo de Agnelo Alves. Quando ele foi candidato a primeira vez, ele perdeu a eleição para Raimundo Marciano porque era tido como um forasteiro, uma pessoa que Parnamirim não conhecia. Não tinha serviços prestados à cidade”, assinalou.
A vice-prefeita afirma que sua pré-candidatura está mantida, mesmo com o prefeito Rosano Taveira (Republicanos) já tendo declarado apoio a Salatiel. Ela diz, inclusive, que não foi consultada pelo prefeito sobre a escolha.
“A nossa candidatura está nas ruas, nas rodas de conversas, nas reuniões. É uma candidatura para valer. Só quem vai dizer que ela não continua é o povo. Se ela iniciou com a vontade popular, ela só vai parar se o povo me disser, anunciar ou der indicativos que ela não tem condições de vencer”, acrescentou.
Kátia descartou, também, a possibilidade de haver uma intervenção do diretório estadual do União Brasil na instância municipal, para que a candidatura dela seja retirada, em prol do apoio a Salatiel.
“Nós temos um grande diferencial no União Brasil. O senador (sic) José Agripino respeita os diretórios. Ele opina, mas respeita as decisões do diretório. Eu sou presidente eleita para o mandato até 2025 e ele respeita sim. Opina, sugere, mas a decisão final é nossa, dos presidentes municipais”, declarou.
“A gente tem autonomia. Não há a menor possibilidade de uma intervenção”, finalizou.