Dois anos após os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, o governo reintegrou ao acervo da Presidência da República 21 obras de artes vandalizadas pelos extremistas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou da reintegração das obras, que ocorreu na primeira parte da cerimônia que marca os dois anos dos ataques antidemocráticos.
Relógio e ânfora
A primeiras obras apresentadas foram o relógio trazido ao Brasil por dom João 6º em 1808 e uma ânfora (vaso).
O relógio foi restaurado na Suíça, sem custos para o governo brasileiro, e chegou ao Planalto na véspera. De acordo com o governo, ele era do relojeiro de Luís 15, e existe apenas mais um outro deste, exposto em Versailles, na França.
A peça fica na Sala de Audiências do andar do gabinete do presidente, onde ocorreu o evento, apenas aberto para repórteres-fotográficos e cinegrafistas.
Já no caso da ânfora, a restauração foi responsabilidade de pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas.
Quadro
Durante o ato, houve a apresentação do quadro “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, que também foi danificado pelos manifestantes. A obra “As Mulatas” é uma das principais peças do Palácio do Planalto. Após os atos golpistas, o quadro foi encontrado com sete perfurações, de diferentes tamanhos.
A obra é uma das mais célebres de Di Cavalcanti e está avaliada em cerca de R$ 8 milhões. Entretanto, peças dessa magnitude podem alcançar valores até cinco vezes maiores, se colocadas em leilões.
Recuperação
Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Leandro Antonio Grass, o governo investiu R$ 2 milhões no restauro das obras.
Os recursos também viabilizaram acesso de alunos da rede pública de ensino a ações de educação patrimonial e a produção de um livro sobre a recuperação das peças.
O embaixador da Suíça no Brasil, Pietro Lazzeri, afirmou que o restauro do relógio do século XVII é um exemplo da parceria entre os dois países.
Obras entregues
- Relógio de mesa, de Balthazar Martinot e André Boulle
- Ânfora italiana em cerâmica esmaltada
- Escultura O Flautista, de Bruno Giorgi
- Escultura Vênus Apocalíptica Fragmentando-se, de Marta Minujín
- Quadro com a pintura Mulatas, de Emiliano Di Cavalcanti
- Quadro com pintura do retrato de Duque de Caxias, de Oswaldo Teixeira
- Quadro representando galhos e sombras, de Frans Krajcberg
- Quadro com a pintura Fachada Colonial Rosa com Toalha
- Quadro com a pintura Casarios, de Dario Mecatti
- Quadro com a pintura Cena de Café, de Clóvis Graciano
- Quadro com a pintura Paisagem, de Armando Viana
- Pintura de Glênio Bianchetti
- Pintura de Glênio Bianchetti
- Pintura de Glênio Bianchetti
- Pintura de Glênio Bianchetti
- Pintura de Glênio Bianchetti
- Quadro com a pintura Matriz e Grade no primeiro plano, de Ivan Marquetti
- Quadro Rosas e Brancos Suspensos, de José Paulo Moreira da Fonseca
- Tela Cotstwold Town, de John Piper
- Tela de Grauben do Monte Lima
- Tela Bird, de Martin Bradley