Agentes do Instituto Técnico-Científico de Perícia do Rio Grande do Norte (Itep) realizaram na manhã desta quarta-feira (22) uma inspeção na Ponte de Igapó, que foi alvo de um ataque criminoso em meio à onda de violência que atinge o Estado há mais de uma semana.
Os peritos coletaram amostras da estrutura da ponte e resquícios da bomba que foi explodida no local por criminosos na tarde desta terça-feira (21). O trabalho da perícia vai gerar um relatório, que ainda não tem prazo para ser divulgado.
Em declaração à imprensa após a inspeção, o diretor-geral do Itep, Marcos Brandão, afirmou que o explosivo detonado não provocou danos à estrutura da ponte. Segundo o diretor, o artefato foi feito pelos bandidos com pólvora prensada, que tem baixo potencial de detonação. Marcos Brandão afirma que as rachaduras na estrutura vistas em imagens disseminadas nas redes sociais são anteriores à bomba.
“Não houve nenhum dano em decorrência da explosão, considerando que o artefato era composto por pólvora prensada. A pólvora tem baixo poder de detonação. Consequentemente, não tinha potencial, condições de abalar e estrutura da ponte. Foi vista uma fratura em uma das vigas. Mas aquela fratura não tem nada a ver com a explosão do artefato de ontem. É decorrência do processo de degradação estrutural da ponte”, afirmou Marcos Brandão.
Marcos Brandão ressalta que o dano teria sido maior caso o material usado por criminosos fosse a dinamite. “A pólvora prensada tem o poder de detonação muito baixo. Ela não tinha capacidade de afetar a estrutura da ponte. Os peritos da engenharia legal não verificaram correlação daquela explosão e o dano estrutural. O poder de detonação é muito baixo em relação à dinamite, por exemplo. O processo de degradação natural foi o que causou a fratura na viga”, afirmou o diretor, em entrevista à TV Tropical.
O diretor-geral do Itep afirmou que caberá ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) avaliar os danos estruturais na ponte. Técnicos do órgão também estiveram no local nesta terça-feira e descartaram qualquer ameaça à segurança do equipamento.