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Zelenski chega aos EUA em primeira viagem internacional desde a invasão da Rússia à Ucrânia

Biden deve anunciar nova ajuda militar à Ucrânia, que inclui o poderoso sistema de defesa antiaérea Patriot. Foto: Reprodução

O presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, chegou aos Estados Unidos na quarta-feira, 21, em sua primeira viagem ao exterior desde a invasão russa, onde agradeceu o governo americano pela ajuda militar na guerra e deve pedir sistemas mais avançados de defesa. Ele foi recebido por Joe Biden na Casa Branca e mais tarde fará um discurso ao Congresso.

Zelenski pousou em um avião militar dos EUA na Base Aérea de Andrews após uma viagem secretamente organizada por motivos de segurança. Sua viagem ocorre quando o Congresso americano finaliza um novo pacote de US$ 45 bilhões em assistência à Ucrânia em 2023. “Estou animado por tê-lo aqui”, tuitou Biden pouco antes da chegada de Zelenski.

Biden e a primeira-dama Jill Biden cumprimentaram Zelenski, que usava um traje casual verde militar, ao sair do veículo. Ele apertou a mão de Biden antes de entrarem para a reunião no Salão Oval que deve durar em torno de duas horas, segundo a imprensa americana.

“Estou em Washington hoje para agradecer ao povo americano, ao presidente e ao Congresso por seu apoio tão necessário”, Zelenski postou em sua conta oficial no Instagram depois de desembarcar. “E também para continuar a cooperação para aproximar nossa vitória.” Segundo ele, essa visita fortalecerá a resiliência e as capacidades de defesa da Ucrânia.

Os congressistas americanos compararam sua visita à aparição de Winston Churchill no Natal no Capitólio em 1941, poucos dias após o ataque japonês a Pearl Harbor que envolveu os Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial.

“É especialmente comovente para mim estar presente enquanto outro líder heroico se dirige ao Congresso em tempos de guerra e com a própria democracia em jogo”, disse a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, defensora da Ucrânia.

Antes da chegada de Zelenski, os Estados Unidos anunciaram outros US$ 1,85 bilhão de fundos previamente orçados para a Ucrânia, incluindo pela primeira vez o avançado sistema de defesa aérea Patriot, capaz de abater mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos de curto alcance.

A Ucrânia teme um crescente ataque de mísseis russos e tem enfrentado uma série de ataques de drones, muitos deles comprados por Moscou do Irã. As forças russas bombardeiam usinas de energia e outras infraestruturas civis no momento em que o país chega ao inverno.

“Continuaremos a apoiar a Ucrânia pelo tempo necessário, para que Kiev possa continuar a se defender e estar na posição mais forte possível na mesa de negociações quando chegar o momento”, disse o Secretário de Estado Antony Blinken na declaração anunciando a ajuda.

A caminho de Washington, Zelenski disse no Twitter que esperava fortalecer a resiliência e a defesa da Ucrânia.

Zelenski partiu para o exterior depois de fazer uma viagem na terça-feira, 20 para o que chamou de o ponto mais quente na linha de frente, a cidade de Bakhmut, na disputada província de Donetsk, na Ucrânia. Ele elogiou as tropas ucranianas por sua coragem, resiliência e força enquanto a artilharia explodia ao fundo.

Putin também aloca fundos
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que novas entregas de armas dos EUA a Kiev levarão a uma agravamento do conflito e não são um bom presságio para a Ucrânia.

Em um discurso televisionado para comandantes militares seniores, o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que Moscou não era o culpado pela invasão e concordou que a Rússia precisava de um exército maior. “A capacidade de combate de nossas forças armadas está aumentando constantemente”, disse Putin.

“O que está a acontecer é, claro, uma tragédia, a nossa tragédia comum. Mas não é o resultado da nossa política. É o resultado da política de terceiros países”, acrescentou. “Não temos limites para financiamento. O país e o governo estão dando tudo o que o exército pede. Tudo.”

Em 1º de setembro de 2021, Zelenski já havia sido recebido na Casa Branca por Biden, que lhe prometeu apoio diante da ameaça da vizinha Rússia.

Fonte: Estadão

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