Na semana dos Dias Nacional (27) e Mundial do Idoso (01), um alerta sobre a importância do exercício físico para os que têm mais de 60 anos: além de evitar a perda da massa muscular, é um forte aliado da saúde mental, principalmente em tempos de pandemia.
Segundo o IBGE, o Brasil tem, hoje, 28 milhões de brasileiros idosos, número que representa 13% da população do país. O percentual, de acordo com o Instituto, tende a dobrar nas próximas décadas, segundo projeção divulgada em 2018.
A pandemia impôs uma situação de confinamento ainda mais rigorosa para esta população, já que é classificada como grupo de risco para a COVID-19. Além da diminuição nas interações sociais, muitos deixaram de procurar atendimentos médicos de rotina e de fazer exercícios físicos.
Para a educadora física Rayssa Brito, treinadora na academia Pulse, a prática do exercício físico é essencial em qualquer fase da vida, mas acaba sendo ainda mais importante após os 60, para a manutenção da saúde e qualidade de vida.
“O exercício tem a função, no processo de envelhecimento, de manter a integridade das capacidades funcionais, como pegar, caminhar, empurrar, puxar, sentar e levantar, melhorando a autonomia dos idosos”, afirma Rayssa.
A sarcopenia, que é um processo progressivo de perda de massa muscular, característico do envelhecimento, tem a musculação como aliada. “Os exercícios resistidos ajudam na manutenção e melhoria da massa muscular e de diferentes valências físicas, como potência, força, flexibilidade e equilíbrio”, explica a treinadora.
Além disso, a prática de exercícios melhora a capacidade aeróbica, flexibilidade e equilíbrio, percentual de gordura, manutenção e regulação hormonais e auxilia na prevenção e tratamento do Alzheimer. “Diversos estudos comprovam a melhora e manutenção da coordenação motora, desenvolvimento cognitivo e redução dos sintomas da ansiedade”, completa Rayssa.
A educadora física ressalta, ainda, que uma pesquisa da UFRJ publicada na Nature Medicine, no ano passado, mostrou que o hormônio Irisina, liberado durante o exercício físico, pode ser a chave para a reversão de falhas na memória causadas pelo Alzheimer.
*Pandemia*
Rayssa lembra que o isolamento social pode causar prejuízos cognitivos, físicos e sociais. “Atividades do cotidiano, como ir ao supermercado, banco ou academia, foram suspensas por grande parte dos idosos, causando a sensação de solidão, ansiedade e estresse e acarretando até em doenças e transtornos mentais como a depressão”, alerta.
“O exercício é de grande importância neste momento, pois a inatividade pode aumentar o risco de quedas, diminuir a massa muscular e aumentar a dificuldade em realizar movimentos que antes eram fáceis e práticos no cotidiano”, diz a profissional.
A Pulse acompanha diversos idosos com a compreensão da individualidade biológica de cada um, desenvolvendo um plano para cada aluno. “Temos um programa diferenciado voltado para cada caso, com o cuidado de organizar uma rotina específica, com avaliação completa e exercícios que podem ser realizados com segurança na academia ou em casa, via Skype”, explica.