O ex-ministro da Saúde Nelson Teich disse nesta quarta-feira (5) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19 que que deixou o cargo diante do desejo do governo de “ampliação do uso da cloroquina” para tratar pacientes com a doença. O ex-ministro afirmou que percebeu que não teria autonomia para atuar à frente da pasta.
Teich está sendo ouvido desde às 10h desta quarta-feira, ele é o segundo ex-ministro do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ouvido pelos senadores, nesta terça-feira (4) Luiz Henrique Mandetta prestou depoimento por 7 horas.
“As razões da minha saída do ministério são públicas, elas se devem basicamente a constatação de que eu não teria autonomia e liderança que imaginava indispensáveis ao exercício do cargo. Essa falta de autonomia ficou mais evidente em relação as divergências com o governo quanto à eficácia e extensão do uso do medicamento cloroquina para o tratamento da Covid-19, enquanto minha convicção pessoal, baseada nos estudos, que naquele momento não existia evidência de sua eficácia para liberar”, completou o ex-ministro.
Teich ficou 28 dias à frente do ministério, entre abril e maio do ano passado. Assim como Mandetta, ele deixou o governo por divergências com Bolsonaro sobre medidas para conter a pandemia. O ex-ministro afirmou ainda que não tem conhecimento jurídico para afirmar que um médico comete crime ao receitar cloroquina, mas afirmou que é “claramente errado prescrever nebulização” com o medicamento.
*Com informações do G1